Vó Helena.
Ontem foi Dia dos Avós. Não fiz postagem ontem por conta de
correria, mas liguei pra dona da data, minha avó Helena, que mora em Recife. Eu
sempre ligo pra minha família, independente de data disso ou daquilo outro. É
igual presente. Dou quando quero (e posso) sem esperar data especifica ou
significativa. Mas, se o Dia dos Avós existe, quem sou eu pra levantar bandeira
de “dia da vovó é todo dia”? Eu não, eu ligo, presenteio se puder. É igual dia
das mães ou dia seja lá do que for. O povo diz que é dia do comércio. Beleza...
Pode ser. Mas e a minha mãe merece ou não? Merece! Então celebro sim, nem que
seja com uma flor roubada do vizinho : )
Por parte de pai, tive a vovó Carmelita e o Vô Zé Lessa. Eu não
conheci minha avó paterna, Carmelita. Faleceu
quando meu pai tinha três meses de vida. Meu pai viveu com esse vazio de não
ter conhecido a mãe. Foi uma lacuna não preenchida, por mais amor que a tia
dele, Clarice e avó Isabel (minha bisavó) tenham dado em sua criação, ele
sentiu a vida inteira a dor e saudade de alguém que não conheceu. Dizem que Vó Carmelita era uma mulher doce,
amável e feliz com os filhos. Acho que teria sido uma vovó doçura, dessas que
acolhem a gente. Mas se a vida não me deu a Carmelita, me deu a Vó Isabel e
essa foi um anjo na terra. Lembro até hoje do seu andar, do cheiro de talco, da
bondade que tinha no olhar. Chorei muito quando ela se foi. Meu avô casou
novamente. Ganhei a Vó Rejane. Na verdade quando nasci ela já fazia parte da
família. É uma pessoa boa, que agüentou muita grosseria do meu avô. Mora longe,
mas vez outra a gente se fala por telefone.
Meu avô paterno eu conheci, Vô Zé Lessa. Faleceu ano
passado. Eu tinha respeito pela figura do meu avô não por conquista e sim por certa
imposição. Na verdade eu acho que tinha era medo dele, sei lá. Nossa relação
era de poucas palavras. Quando ele faleceu ano passado eu senti pena. Pena de
uma história bacana entre avô e neta que não aconteceu. Pena de um abraço
amoroso que nunca tivemos. Estranho, né? Um dia conto por aqui sobre ele.
Por parte de mãe tive o Vô Etelmínio e tenho Vó Helena. Eu
não conheci meu avô Etelmínio. Faleceu num acidente de carro quando minha mãe
nem sonhava comigo. Mas sei que foi um homem muito justo e pai carinhoso. E
pelos comentários dos amigos antigos e próximos da família, tenho certeza que
seria um ótimo avô, desses que faz todas as vontades do neto.
Vovó Leninha merece todas as flores do jardim. Merece um
post exclusivo com todas as histórias maravilhosas que ela conta sobre a
infância dela, como da vez que ela matou todos os caranguejos que o tio havia
comprado e ela pensava ser bicho venenoso, pois nunca tinha ouvido falar de caranguejo
e depois se gabou do quanto foi corajosa, pois eles eram “duros de matar”... E
tem outra, quando já era mocinha e cantava na Rádio de uma cidade vizinha e
participava de concurso de música sem que o pai soubesse. Levou a maior bronca quando
ele descobriu, pois “moça direita não canta em rádio” e outra maior ainda quando
soube que ela viajava na garupa de uma lambreta, guiada pela amiga pra cantar
nessa cidade. Foi proibida de participar da final do concurso. É uma guerreira,
bondosa e tem um abraço tão gostoso e amoroso que só de lembrar tenho saudade.
Uma tarde com minha avó é garantia certa de café quentinho, bolo delicioso e
muita risada.
Felizes dias, vó Leninha!