Um lugar incrível, lindo e quase selvagem! É assim que tento
descrever os Lençóis Maranhenses. Quando
eu via toda aquela paisagem nas fotos ou reportagens, que mais parece o Deserto
do Saara ou qualquer outro semelhante, ficava imaginando o calor e agonia que
passaria com ele, mas não foi nada disso que senti. Não sei se dei sorte, mas
escolhi a melhor época do ano para conhecer as Lagoas, que vai de Maio a
Agosto, e o que encontrei foi um lugar de areia quase fria, lagoas de água
fresca e cristalina, que mais pareciam espelhos refletindo o céu. Eu acho que o
paraíso existe e se apresenta das mais diversificadas formas e uma delas sem
sombra de dúvidas, são os Lençóis Maranhenses.
Partimos de São Luís pela manhã e depois de
aproximadamente 260 km, chegamos a Barreirinhas, que é uma cidade pequena e uma
das principais portas de entrada para o Parque dos Lençóis Maranhenses. Há pousadas
simples, bem simples e poucos hotéis mais pomposos. Eu fiquei numa pousada simplesinha,
mas o com bom atendimento, cama confortável, quarto e banheiro limpo e café da
manhã honesto, a única grande queixa foi a pressão da água do chuveiro, muito
fraca pro meu gosto.
Para chegar ao Parque, você tem opções de veículo 4x4 ou
Jardineira. Eu optei pelo 4x4, mesmo pagando um tantinho de nada mais caro, não
me arrependo e recomendo de coração, pois o conforto é maior e o caminho é
longo. Acertei com o guia para nos pegar na pousada. Além de extremamente
pontual, o Zeca Leal é de uma simpatia e gentileza fora do comum e foi um dos
maiores acertos da viagem. Levou um isopor com gelo para manter nossa água
geladinha e muitas informações sobre a região. Zeca Leal, contato: telefone 98-
9155 3964 / e-mail: zecaleal4x4@hotmail.com
.
Escolhi conhecer as lagoas Azul e Bonita e para chegar até
elas, escalamos uma duna muito alta, mas que apesar de parecer difícil, é possível
sim escalar a danadinha. Se eu consegui, tenho certeza que vocês conseguem. E
aí, quando a gente chega lá no alto, que olha aquele mundo de areia branca,
contornado por lagoas refletindo o azul do céu, desfrutando de uma brisa
agradável e de um silêncio abraçando tudo em volta, a gente se sente tão feliz
e agradece ao bom Deus pelas oportunidades que Ele nos proporciona.
E a alegria era tanta que a gente fica meio besta, rindo pro
nada, escrevendo na areia, como que querendo deixar um pouco da gente ou da história
da gente registrada por lá. Corre desafiando os relevos pequenos que o vento
vai formando, sai rolando pelas dunas feito criança e sente a deliciosa sensação
de se refrescar numa lagoa de água doce e fria, entre paredões altíssimos de areia
branca. É como se fosse uma praia, onde a água do mar não é salgada. É tão
interessante e intenso, que tem que sentir pra entender.
Quando o dia vai terminando, o Zeca avisou que estava na hora
de voltar e acompanhar o pôr do sol. Eu já testemunhei o pôr do sol em vários
lugares lindos e cada um é especial, mas confesso que nos Lençóis Maranhenses,
o final do dia é um dos mais lindos que já vi e jamais vou esquecer. As dunas
vão ficando douradas, o céu vai ganhando novas cores, o sol parece gigante num
certo momento, depois vai sumindo no horizonte e é algo tão grandioso e mágico
que a vontade que me deu foi de acampar lá mesmo e curtir a noite por lá, debaixo
de um céu de estrelas e repetir tudo outra vez no dia seguinte : )