quarta-feira, 23 de julho de 2014

"Não sei. Só sei que foi assim". ( Ariano Suassuna)




 “Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre”.
(O Auto da Compadecida – Ariano Suassuna)

 

Que pena que a famosa gaita do Auto da Compadecida não seja real. Tocaríamos pra você, Ariano! Porque pessoas incríveis como você merecem a eternidade!

Digo que perdemos um grande tesouro. Um gênio criativo que prezava a boa cultura, aquela que não desqualifica as pessoas, mas engrandece de forma singela a alma. Valorizou e defendeu a cultura nordestina e eternizou o homem sertanejo dentro da literatura popular. Um artista grandioso e um cidadão digno. Tão bom quanto ler Ariano, é ouvir Ariano. Dono de estórias e histórias incríveis, encantava com seu jeito simples de contar cada uma delas. Que bom que somos do tempo de Ariano. Que bom que tivemos tempo de homenageá-lo tantas vezes em vida.

Algumas coisas a gente não entende. A morte é uma delas. E eu “não sei. Só sei que foi assim”... que num dia chuvoso, de céu cinza e vento frio,  que o grande mestre Ariano nos deixou. Deixou grandes obras. Deixou Saudades. E eu hoje estou triste.

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